Por Roberta Masler, psicóloga clínica, Mestre em saúde pública, orientadora profissional e de carreira, orientadora psicopedagógica.

Considerado por muitos quase como uma extensão do próprio corpo, o celular age como uma espécie de dopamina. É comum vermos adolescentes em sala de aula sozinhos, isolados, com seus fones, deixando de conversar, deixando de interagir com seus pares, até mesmo com a figura do professor, mostrando que que hoje o celular pode ser um bloqueador de relações.
A sensação de bem-estar, de prazer com pouquíssimo esforço, faz com que o aluno deixe de criar memórias, de vivenciar experiências reais; ele não aprende a desenvolver questões, não vivencia os processos, não treina o cérebro para isso, podendo decorrer daí, dificuldades em seu percurso em tornar-se um adulto "saudável".
Mas o uso de celular está associado ao declínio da saúde mental e do desempenho escolar? Acredito que a resposta é sim!
Imagine chamar a atenção dos alunos, quando eles parecem permanentemente distraídos e entretidos, envolvidos em dramas, conflitos, intimidações e escândalos acontecendo continuamente durante o dia escolar em plataformas às quais os adultos cuidadores (sejam pais, professores) não têm acesso. O desafio de mantê-los concentrados nas tarefas e de conseguirem sustentar uma linha de pensamento enquanto se perdem no mundo digital, se torna uma missão por vezes desigual.
O Mundo digital e suas facilidades versus a vida real com seus desafios e obstáculos.
Cabe aos adultos regular a utilização dos aparelhos eletrônicos independentemente do ambiente. A educação midiática começa em casa, no que chamamos de educação parental. Cabe à família decidir sobre a compra ou não de um aparelho, bem como o controle de seu uso. A nova responsabilidade da escola deve ser partilhada e reforçada com a família.
Afinal, o celular não faz parte da lista de material obrigatório do aluno na escola.
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